quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SUZUKI GT750 1970


        Criar uma máquina com qualidades suficientes para concorrer com Honda CB 750 e Triumph Bonneville; este foi o desafio que a Suzuki teve que enfrentar em 1970.
Seus engenheiros abraçaram essa missão quase impossível, desenvolvendo um produto à altura dos seus concorrentes. Criaram uma motocicleta que se transformou em sonho de tantos motociclistas.
O protótipo da Suzuki GT 750 foi mostrado no 17º Salão de Motocicletas de Tokyo em outubro 1970 sendo que seu lançamento oficial no Japão somente ocorreu em setembro 1971. A concepção de criação da 750 cc da Suzuki derivou da Suzuki T 500, com a instalação de um cilindro adicional e refrigeração líquida, inovação que as concorrente diretas não ofereciam.
Tratava-se de uma motocicleta equipada com um grande motor TRICILÍNDRICO de DOIS TEMPOS.
O modelo original, ainda com freios a tambor e o pequeno radiador de água, novidade na época.
Sua sigla GT representava “Gran Turismo”, ou seja, foi concebida para a estrada, em viagens de longas distâncias, oferecendo muito conforto ao piloto e garupa. Equipada com 3 carburadores Mikuni de 32mm, oferecia 67 hp a 6.500 RPM.
Em 1973 a GT 750 foi anunciada com a inclusão de vários componentes cromados (como o friso lateral do radiador), chapeamento de cromo extra no motor e dois discos de freio dianteiros de 295mm, item que nenhum outro fabricante daquela época oferecia, representando assim um duro golpe da Suzuki no mercado.
Os esquemas da pintura foram revisados e reduzidos a apenas duas opções para todos os mercados. No ano seguinte a GT 750 ganhou novos carburadores Mikuni de 40 mm e indicador de posição de marchas no painel, além de outras remodelações estéticas, incluindo as tampas laterais.
No modelo de 1975 os grafismos da pintura outra vez foram revisados, juntamente com os escapamentos que foram elevados a uma maior altura do solo. O motor foi ajustado de forma a oferecer um aumento de potência, chegando a 70 hp a 6500 rpm, o que permitia à grande Suzuki andar em velocidades superiores a 190 km/h (Lembre-se que naquele momento tecnológico da história, essa velocidade era tabu para uma motocicleta de uso urbano). Outra inovação foi o indicador de marchas no painel, mais um ponto para a Suzuki

O modelo de 1975 foi a plataforma para o lançamento do modelo de 1976, que viria, na opinião dos seus fãs, inclusive esse que vos escreve, a ser a mais bonita versão da GT 750.
O modelo de 1976, considerado pelos fãs como o mais bonito.
Apesar de não poder nem sonhar em comprar uma na época, já que custava muito além das minhas modestas economias, tive a oportunidade de passar mais de uma hora desfrutando de uma igual à da foto acima, só que vermelha (em 1976). Emprestei minha Yamaha RD 50 para o dono da Suzuki fazer o exame prático de habilitação no Detran e, enquanto ele fazia o teste eu desfrutava desse prazer inesquecível.
As surpresas foram muitas: sentir o quanto ela era grande perto do que eu já havia experimentado; que, apesar de ter motor de 2 tempos, não vibrava, como acontecia na RD 350, transmitindo muito conforto ao piloto; que apesar de ser uma moto mais ?mansa?, seu motor tinha uma pegada fantástica que obrigava o piloto a se segurar como podia no guidão para não ficar sentado no meio da rua. Curioso mesmo era o seu barulho, praticamente idêntico ao dos antigos DKW (que também eram dotados de motor tricilíndrico de 2 tempos). Andar de moto com barulho de carro foi estranho.
Dados técnicos

Comprimento total 2.215 milímetros Largura 865 milímetros Altura total 1.125 milímetros Distância entre eixos 1.460 milímetros Peso seco 214 kg Motorização 738 cc, 3 cilindros em linha, 2 tempos Potência 70 cv a 6.500 rpm Torque 8,5 kg/m a 5.500 rpm
Infelizmente, como aconteceu com todas as outras motocicletas dotadas de motores 2 tempos, ela também foi vítima da legislação de controle de emissões, que começou fortemente no final da década de 70. Seu último modelo fabricado foi o de 1977, praticamente idêntico ao de 1976, início do forçado abandono da Suzuki na fabricação de motores dois tempos e migração compulsória para os motores quatro tempos.

Coisa que despertou muito a minha atenção foi o nível de acabamento da moto, nos cromados, pintura, borrachas e plásticos de lanternas e pisca. A qualidade do material empregado era muito superior a tudo que eu já tinha visto, batendo nesse quesito, sob a minha ótica, até à Honda CB 750 da época. A grande Suzuki transpirava luxo por todos os cromados, ou seja, a engenharia da Suzuki não economizou em nada ao concebê-la.
A última da série, fabricada em 1977, com pequenas diferenças no grafismo da tampa lateral e para-lama dianteiro.
A grande matriarca da Suzuki foi, durante os anos de sua fabricação, referência de design à toda família GT da Suzuki, que contava, além dela, com os modelos GT 125, GT 185, GT 250, GT 380 e GT 550, motos que primavam pelo esmero de acabamento até os mínimos detalhes.




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