segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Suzuki Savage LS 650

        Matéria publicada originalmente em 1998. Um tanto defasada a Suzuki 650 Savage foi lançada na Europa em 1986, ela tem como principal atrativo as dimensäes reduzidas e o preço. Desde que as customs chegaram por aqui o mercado tem recebido modelos em todas as faixas de motorização. Tem as bicil¡ndricas, as quatro cilindros. em configurações que variam do tradicional V ao inusual boxer. Mas só agora chegou uma média cilindrada monocilíndrica.

       Com a Suzuki LS 650 Savage o mercado ter contato com a custom de maior motor monocil¡ndrico. Este motor ‚ o que primeiro chama atenção. Não só pela dimensão. mas pelo aspecto incomum. As medidas internas são 94 x 94 mm para diâmetro e curso. o que ‚ conhecido tecnicamente como quadrado (mesmos valores para diâmetro e curso). As aletas de arrefecimento aumentam ainda mais o cilindro. Em suma, ‚ um grande motor!

        O estilo tem um ar de retrô. não apenas pela moda custom ser assim mesmo, mas também porque ele é bem antiguinho. Pela idade do projeto (20 anos) ‚ compreens¡vel tantos componentes de metal cromado. Numa época ditada pelo uso do plástico, chega a ser nostálgico ver tantas peças de metal, como a tampa do compartimento de ferramentas. A explicação pode estar na pouca preocupação com o peso, uma vez que o motor mono faz da LS 650 a mais leve de sua categoria, com 160 kg (seco) contra 200 kg da Honda Shadow 600. 
         
Pelas suas características de boa dirigibilidade, a Savage se adapta muito bem ao uso urbano. Quer dizer, seria muito mais fácil se (novamente) o projeto fosse atualizado. Por exemplo, a suspensão traseira com dois amortecedores, mesmo na regulagem mais macia, dura como dois tocos de madeira. Parece exagero, mas ‚ realmente dura e a suspensão dianteira acompanha a rigidez. Está certo que os donos de motos custom precisam se acostumar a esta caracter¡stica, faz parte do modo selvagem e custom de ser, mas a Suzuki chegou a um extremo com a Savage, fazendo com que cada buraco se transforme num golpe para a coluna.
     A altura do banco ao solo (690 mm) ‚ uma das menores entre as custorns e representa uma vantagem para os motociclistas de baixa estatura, ou os que se sentem mais seguros colocando os p‚s bem plantados no chão. As pedaleiras, como de costume, ficam … frente, mantendo o piloto numa posição incômoda.
 

No trânsito urbano ela se desvencilha facilmente entre os carros, passando com .
o guidão por cima dos espelhos. O baixo peso e a pequena altura tomam a Savage numa custom muito mais cidadÆ do que estradeira. Como se nÆo bastassem estas qualidades, o motor mono traz a agrad vel vantagem de responder prontamente desde as baixas rotações

Os sinais do tempo estão presentes em mais dois itens: as pedaleiras do garupa presas ao quadro el stico e o freio traseiro a tambor acionado por cabo. No primeiro caso, quem paga o pato ‚ aquele indiv¡duo cada vez mais esquecido pelos projetistas, o excelent¡ssimo garupa. Seja amigo, amiga, namorada, esposa, mÃe, filha, qualquer grau de parentesco ou amizade, seu relacionamento poder ficar seriamente comprometido se convidar para um passeio num percurso com muitos buracos.


O que salva o garupa ‚ o encosto, que ajuda a melhorar a fixação do corpo, mas as pedaleiras na balança traseira fazem os p‚s saltitarem e até‚ escapar perigosamente.
um item que merecia um acess¢rio opcional. Até as pequenas 125 custom têm pedais do garupa presos ao quadro fixo.

Já o acionamento do freio traseiro por cabo era muito visto nas motos de corrida dos anos 70. Este sistema não consegue apresentar uma só vantagem funcional sobre a velha e boa vareta. O cabo ainda est sujeito a quebras por desgaste, enquanto a vareta ‚ praticamente inquebrável.

Por outro lado, o sistema de transmissão por correia dentada da Savage ‚ tão superior … corrente tradicional que deveria ser utilizado em larga escala em todos os modelos custom. Veja só as vantagens deste tipo de transmissão: ‚ mais silencioso, mais limpo, dura mais e custo equivalente … corrente. Explica-se: uma correia custa cerca de R$ 500, enquanto uma corrente custa cerca de R$ 130. Mas a correia dura at‚ quatro vezes mais que uma corrente. E ainda exige pouqu¡ssima manutenção.

 
    Um bom programa ‚ viajar com a LS 650 Savage. Uma estrada bem lisa ‚ própria para se desfrutar o motor elástico que apresenta o torque máximo (4,7 kgf.m a 3.400 rpm) em baixa, fazendo com que o câmbio de cinco marchas quase não seja solicitado. O guidão largo e alto permite relaxar, mas não muito, porque ‚ preciso atenção nas curvas para não raspar as pedaleiras no chão. Os comandos são b sicos de custom, com punhos de liga leve polidos. As alavancas de freio e embreagem são macias e de boa ergonomia. Também os freios seguem a receita b sica das customs com disco simples na frente (260 mm) de pinça de pistão simples e tambor atrás (160 mm), suficientes para garantir a tranq
ilidade dos motociclistas. Em termos de frenagem, a Savage fica totalmente dentro da m‚dia, percorrendo 38 metros para imobilizar-se a partir da velocidade de 100 km/h.


      Seguindo outra tradição desta categoria, o painel limita-se ao veloc¡metro, colocado embutido no tanque de gasolina (com capacidade para 11 litros). Mesmo pequeno, o tanque oferece uma boa autonomia, porque a Savage tem como uma das principais qualidades o reduzido consumo de gasolina. A m‚dia foi de 18,5 km/litro, mas passa facilmente dos 22 km/litro, moderando o acelerador e abusando das vantagens do mono cilindro el stico. Este motor de exatos 652 cm3 conta com eixo balanceador para reduzir as vibrações.

Em teoria deveria funcionar, mas na pr tica percebe-se logo ao ligar que as vibrações são bem sens¡veis. Funcionamento liso nunca foi a principal caracteristica de um motor monocilindro. O desempenho fica aqu‚m das concorrentes. Ela acelera de O a 100 km/h em 9,9 segundos e atinge a velocidade m xima de 150 km/h.

 

De estilo e tecnologia um pouco superados, … Savage resta as vantagens do preço competitivo, motor simples e transmissão silenciosa. Pode ser uma boa opção para quem gostou da Suzuki Intruder 250 e quer continuar neste segmento, porque ambas tˆm muitas semelhanças.

2 comentários:

Polycarpo Quaresma disse...

E em 2020, cá estou eu, ainda com a minha Savage, 90 mil km e 18 anos depois...

Unknown disse...

Gostaria se alguém ja fez reparo na balança do quadro elástico, a minha está com folga

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