terça-feira, 22 de abril de 2014

Na Maternidade



     Quando conheci meu marido, eu estava com Branquela, recém saída da “maternidade” e ele com uma Lambretta vermelha 1965, coisinha mais fofa do mundo vintage. A primeira impressão que tive sobre ele, era que gostava das pequenas motonetas. Neste dia, eu nem consegui saber se ele também tinha uma motocicleta.
Fui para casa sonhando com o moço da Lambretta.
Quando começamos a namorar, fui descobrindo que ele amava as motonetas, tanto quanto as motocas.
E começou a me revelar que seu verdadeiro sonho seria uma Lambretta 1957 LD 150.
Fiquei me perguntando o porquê deste ano e sucintamente ele sempre me dizia: Porque foi um ano emblemático para a Lambretta.
Não foi fácil encontrar a bichinha. De início já percebi que era um modelo raro. A busca durou mais do que um ano, até que encontramos o anjo Osmani, o restaurador de Lambrettas, que por sua vez, tinha uma LD 1957 guardadinha no fundo do baú, esperando um dono.
Ele começava a ver seu sonho realizado. E eu não poderia deixar de abraçar a ideia. Para qualquer mortal pode parecer uma grande perda de tempo e de dinheiro, mas não para nós que somos alimentados por sonhos.
Ontem fomos fazer a primeira visita à “maternidade”, que é como o Osmani carinhosamente chama o seu barracão de restauração.
Quando o Adriano entrou e viu apenas o pequeno feto do que será a sua Lambretta abriu um sorriso enorme e anunciou: - Eu já vi a minha Lambretta.
Em meio a tantas outras acomodadas nos seus respectivos bercinhos, fiquei um pouco confusa, mas logo identifiquei a nossa Chicholina. Sim, ela já foi batizada, como todas as nossas motocas. Primeiro elas ganham nome, e depois elas começam a ganhar um pouquinho da nossa personalidade. 


Descobri o porquê o modelo 1957 é tão original e vou tentar resumir porque vocês sabem que eu sou um fiasco para a parte técnica da coisa: Os manetes são de marfim. Ela tem um acabamento estilo escama de peixe em cima do para lama traseiro, que só este modelo tem. O tamanho da caixa do motor também é diferente, e o pedal de partida é o modelo “pescoço de ganso” ou “chifre de carneiro”. Mais tantas outras coisas que o Google também pode esclarecer. 
O que eu quero deixar grifado é que presenciar um sonho em fase de realização é uma experiência indefinível. 
Já falei tantas vezes sobre isso nas minhas crônicas e não canso de repetir: Tenha um sonho. E persiga-o até realiza-lo. 

E para você que está precisando daquele "empurrãozinho", no meu livro tem vários:

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